Fugimos constantemente de nossos sentimentos interiores
por não confiarmos em nosso poder pessoal de transformação e,
dessa forma, forjamos um “disfarce” para sermos apresentados perante os outros.
Anulamos qualquer emoção que julgamos ser inconveniente
dizendo para nós mesmos: ‘‘eu nunca sinto raiva”, “nunca guardo
mágoa de ninguém”, vestindo assim uma aparência de falsa humildade e compreensão.
Máscaras fazem parte de nossa existência, porque todos nós
não somos totalmente bons ou totalmente maus e não podemos
fugir de nossas lutas internas. Temos que confrontá-las, porque
somente assim é que desbloquearemos nossos conflitos, que são
as causas que nos mantêm prisioneiros diante da vida.
Devemos nos analisar como realmente somos.
Nossos problemas íntimos, se resolvidos com maturidade,
responsabilidade e aceitação, são ferramentas facilitadoras para
construirmos alicerces mais vigorosos e adquirirmos um maior nível de lucidez e crescimento.
Não devemos nunca mantê-los escondidos de nós próprios,
como se fossem coisas hediondas, e sim aceitar essas emoções
que emergem do nosso lado escuro, para que possamos nos ver como somos realmente.
Por não admitirmos que evoluir é experimentar choques
existenciais e promover um constante estado de transformação
interior é que, às vezes, deixamos que os outros decidam quem
realmente somos nós, colocando-nos, então, num estado de
enorme impotência perante nossas vidas.
A maneira de como os outros nos percebem tem grande
influência sobre nós. Amigos opressores, religiosos fanáticos, pais
dominadores e cônjuges inflexíveis podem ter exercido muita influência
sobre nossas aptidões e até sobre nossa personalidade.
Portanto, não nos façamos de superiores, aparentando
comportamentos de “perfeição apressada”; isso não nos fará bem
psiquicamente nem ao menos nos dará a oportunidade de fazer autoburilamento.
Deixemos de falsas aparências e analisemos nossas emoções
e sentimentos, aprimorando-os. Canalizadas nossas energias,
faremos delas uma catarse dos fluxos negativos, transmutando-as a
fim de integrá-las adequadamente.
Aceitar nossa porção amarga é o primeiro passo para a
transformação, sem fugirmos para novo local, emprego ou novos
afetos, porque isso não nos curará do sabor indesejável, mas
somente nos transportará a um novo quadro exterior. Os nossos
conflitos não conhecem as divisas da geografia e, se não encarados
de frente e resolvidos, eles permanecerão conosco onde quer que estejamos na Terra.
Para que possamos fazer alquimia das correntes energéticas
que circulam em nossa alma, procedamos à auto-observação e à
autoanálise de nossa vida interior, sem jamais negar a nós mesmos o produto delas.
Lembremo-nos de que, por mais que se esforcem as más
árvores para parecer boas, mesmo assim elas não produzirão bons
frutos. Também os homens serão reconhecidos, não pelos aparentes
“frutos”, não por manifestarem atos e atitudes mascarados de
virtudes, mas por ser criaturas resolvidas interiormente e conscientes
de como funciona seu mundo emocional.
Somente pessoas com esse comportamento estarão aptas a
ser árvores produtoras de frutos realmente bons.
Do livro ‘’RENOVANDO ATITUDES’’ – Hammed/Francisco do Espírito Santo Neto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique a vontade para colocar suas idéias e seus comentários !